No âmbito da Feira do Emprego e do Empreendedorismo Jovem, inserida na programação da Semana Municipal da Juventude de Castelo Branco, realizou-se a Mesa Redonda “Educação Superior e o Futuro do Trabalho: o que esperar?”.
A autarquia albicastrense refere que se procurou promover um espaço de reflexão e debate sobre os desafios e as oportunidades inerentes à empregabilidade dos estudantes do Ensino Superior. Foram discutidas as atuais condições de acesso ao Ensino Superior, as necessidades de adaptação das instituições de ensino às exigências do mercado, com ênfase nas competências digitais, e a colaboração entre as universidades e as empresas.
O presidente da Câmara de Castelo Branco sublinhou a importância do desafio de tentar cativar os jovens: o regresso daqueles que vão estudar para outros territórios e a permanência daqueles que vêm estudar para Castelo Branco. Leopoldo Rodrigues afirmou que “a qualidade de vida e a qualidade das empresas que existem nesta região tornam-na mais atrativa e competitiva”.
As deslocações num período curto de tempo (entre casa e trabalho), os preços da habitação relativamente mais baixos do que a média nacional e os apoios à natalidade, à educação e às empresas foram alguns dos argumentos de atração enumerados.
O autarca reconheceu o peso da existência de estabelecimentos de Ensino Superior, que “dão conforto às empresas que se fixam em Castelo Branco, pois facilmente têm recursos humanos à sua disposição”.
António Fernandes, presidente do Politécnico de Castelo Branco, e Helena Alves, vice-Reitora da Universidade da Beira Interior, falaram, sobretudo, sobre a necessidade de “ultrapassar a questão dos tempos”, visto que “o tempo das empresas não é o tempo académico” e, por vezes, torna-se “difícil conciliar agendas próprias e de investigação”. Destacaram a relevância de manter uma proximidade entre escolas e empresas, através de parcerias, colocando “os estudantes em conexão com as empresas para aprenderem e adquirirem conhecimentos baseados na resolução de problemas” e para acompanharem as transformações da era digital.
Esta relação próxima também foi defendida pelo empresário Hélio Silva, diretor executivo da EVOX Technologies, que disse que “uma cidade que tem Politécnico ou Universidade está sempre potencializada” e essa existência deve ser utilizada estrategicamente.
Já Nelson Blanco, da empresa PDMFC, mencionou parcerias que a empresa mantém com universidades, que já permitiu colocar dezenas de pessoas a trabalhar nos quadros da empresa. Defendeu, ainda, “mestrados práticos remunerados” – mais justos, atrativos e compensatórios.