“Políticas Educativas em Confronto” apresentado na Futurália

“Políticas Educativas em Confronto” apresentado na Futurália

Elvira Fortunato, a ainda ministra do Ensino Superior, presidiu no auditório da Futurália, à apresentação do livro “Políticas Educativas em Confronto – Uma Década de Testemunhos sobre o Sistema Educativo em Portugal”, obra coordenada pelo Professor e Investigador João Ruivo e pelo jornalista João Carrega, diretor do Ensino Magazine e presidente do Conselho Geral da Universidade de Évora.

A cerimónia contou, ainda, com a presença do diretor-geral do Ensino Superior, Joaquim Mourato, que apresentou o livro, realçando o crescimento que o ensino superior teve no nosso país e o contributo que o Ensino Magazine tem prestado ao setor, realça a editora albicastrense.

Elvira Fortunato referiu que entre 2015 e 2024 o Orçamento de Estado para o ensino superior subiu 58,7%. “De 1,827 milhões de euros passou -se para 2,9 milhões de euros”. Perante um auditório esgotado, a ministra lembrou ainda que os beneficiários de ação social subiram de 63 mil 628, em 2015, para 77 mil 778 em 2023.

Na sua intervenção, conta a RVJ Editores, João Ruivo focou-se em vários contextos que marcaram a complexidade da última década no panorama educativo: “desde o baronato de Passos Coelho/Nuno Crato, com a defesa da escola neoliberal, elitista e comprometida com indicadores economicistas; no mesmo período, sobreleva o espigão da Troika, que, infelizmente, martirizou Portugal e os portugueses; a que  se segue o principado de António Costa/Tiago Brandão/João Costa, os quais tentaram retomar o paradigma da escola pública, democrática e para todos, mas onde se atravessou o espinho do Covid-19, que apanhou todas as escolas desprevenidas e a entrar em modo de improviso, ou, se preferirem, no salve-se quem puder; e, no mesmo período, realça um influente, diferente e heterogéneo movimento sindical, adepto da convocação de ações públicas e de greves, as quais abalaram a estrutura e postura do Governo e o arrastaram para uma grave erosão política junto da opinião pública”.

Por sua vez, João Carrega abordou a evolução que o ensino superior teve na última década em Portugal, os condicionalismos resultantes da intervenção da Troika, da pandemia, da guerra na Ucrânia, da subida da inflação e da queda do Governo de António Costa. Aquele responsável considerou que há matérias às quais o Governo cessante procurou dar resposta, como a fórmula de financiamento das IES – Instituições de Ensino Superior, a revisão do Regime Jurídico das IES ou a autonomia das academias.

A obra, agora apresentada, surge na sequência dos livros “Políticas e Políticos da Educação” e “Políticas Educativas em Portugal”, os quais reuniram uma seleção de entrevistas efetuadas a diferentes atores do sistema educativo e cultural entre 1997 e o início de 2014, e publicadas no Ensino Magazine. Com edição da RVJ Editores, o livro “Políticas educativas em confronto – Uma década de testemunhos sobre o Sistema Educativo em Portugal” retrata o caminho percorrido nos 10 anos que medeiam estas obras e de como as políticas educativas alteraram o panorama do ensino em Portugal.