A PJ, através da Diretoria do Centro, em cumprimento de mandados de detenção emitidos pelo DIAP de Castelo Branco, deteve três elementos da mesma família, pela presumível autoria dos crimes de tráfico de pessoas, para fins de exploração laboral e escravidão.
Em comunicado a Polícia Judiciária explica que os arguidos, de forma concertada e organizada, desde há vários anos a esta parte, vinham a recrutar pessoas fragilizadas, com carências económicas e em processos de exclusão social, que ludibriavam com promessas de emprego bem remunerado, em explorações agrícolas em Espanha e Portugal.
Os detidos são dois homens e uma mulher, com 35, 52 e 53 anos.
A PJ conta que os arguidos intermediavam junto de vários empregadores o fornecimento deste tipo de mão de obra, mantendo as vítimas controladas sob ameaça e coação, ficando na posse da quase totalidade dos proventos auferidos, através da apropriação do dinheiro que os empresários lhe entregavam para pagamento dos salários.
No decurso das investigações, em novembro de 2022, com a colaboração da GNR, foi resgatada uma mulher de 36 anos com um filho menor, que se encontrava escravizada pelo grupo há 23 anos, vivendo na cidade de Castelo Branco, num anexo da habitação dos suspeitos, em condições desumanas. Além de trabalhar sem qualquer tipo de remuneração em várias campanhas agrícolas, era obrigada a entregar as prestações sociais que mensalmente recebia.
Na vertente do acolhimento e estabilização emocional da mãe e filho, a investigação contou ainda com a colaboração das Equipas Multidisciplinares Especializadas de Assistência a Vítimas de Tráfico de Seres Humanos. A operação desenvolvida pela PJ, na qual participaram valências dos Comandos Distritais da PSP de Castelo Branco e Portalegre, visou a localização e detenção dos suspeitos e a recolha elementos probatórios adicionais.
Os detidos foram presentes às autoridades judiciárias para primeiro interrogatório, ficando sujeitos à medida de coação de prisão preventiva.