O Executivo da Direção da Organização Regional de Castelo Branco do PCP expressa forte preocupação com os megaprojetos solares previstos para o distrito, sublinhando que o recurso a energias renováveis é essencial, mas não pode justificar tudo.
Para o PCP, os projetos “Sophia” e “Beira”, que abrangem os concelhos de Castelo Branco, Fundão, Idanha-a-Nova e Penamacor, “não servem nem os interesses do distrito nem do país. Pelo contrário, acrescentam pressão sobre solos agrícolas e áreas ambientalmente sensíveis, afetam a paisagem e a identidade cultural das aldeias, e têm impactos significativos na biodiversidade — sobretudo dada a proximidade à Serra da Gardunha e ao Tejo Internacional”.
Nesse sentido, os comunistas defendem que os projetos de energias renováveis não devem ser dispensados de Avaliação de Impacto Ambiental nem de Estudos de Incidências Ambientais, ambos com discussão pública; devem ser interditos em solos da RAN ou integrados em perímetros de rega; devem respeitar perímetros de proteção às localidades; em áreas REN, mesmo sendo uso considerado compatível, devem obrigatoriamente ser sujeitos a estudos de incidência ambiental; e devem salvaguardar floresta autóctone e montado de sobro e azinho.
Para o PCP, os projetos não cumprem estes critérios e visam sobretudo o lucro rápido das grandes multinacionais do sector energético, sem trazer benefícios reais para as populações.
Assim, o partido apela ao Governo e às autarquias para que suspendam os processos de licenciamento em curso e assegurem que futuras centrais fotovoltaicas sejam instaladas em zonas onde os impactos negativos sejam minimizados.
O PCP mostra-se solidário com a luta das populações, contra a construção destes projetos “que muito irá afetar a sua vida, com graves impactos para a agricultura e biodiversidade das freguesias e dos concelhos”.