Bordado de Castelo Branco inscrito no Inventário do Património Cultural Imaterial

Bordado de Castelo Branco inscrito no Inventário do Património Cultural Imaterial
Fotografia: Ricardo Pires Coelho

O Bordado de Castelo Branco está inscrito, oficialmente, no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial. O Instituto Património Cultural tomou esta decisão, tornada pública recentemente, de aprovar a inscrição deste autêntico símbolo identitário do concelho albicastrense, após candidatura apresentada pela Câmara Municipal em 2023, que congratula esta aprovação, como faz saber em comunicado.

O despacho publicado em Diário da República frisa a importância da “manifestação do património cultural imaterial e respetivo saber-fazer, com destaque para as bordadeiras” e “os processos sociais e culturais nos quais teve origem e se desenvolveu esta arte até aos dias de hoje”.

O documento vinca a necessidade da preservação do Bordado de Castelo Branco, face às “ameaças e os riscos suscetíveis de comprometer a viabilidade futura deste saber-fazer, pondo em risco a sua transmissão intergeracional”. Por isso, assume especial relevância a adoção de “medidas de salvaguarda propostas para assegurar a valorização e viabilidade futura do Bordado de Castelo Branco”.

A Câmara de Castelo Branco refere que tem concebido uma série de iniciativas no sentido de estudar, preservar e divulgar o Bordado de Castelo Branco, afirmando-o “como um ativo fundamental no contexto das estratégias de desenvolvimento local, promovendo a coesão e a identidade municipal”.

É neste âmbito que deve ser entendida a ação do Centro de Interpretação do Bordado de Castelo Branco, do Museu da Seda ou do Museu Francisco Tavares Proença Júnior, equipamentos culturais que procuram dar a conhecer as matérias-primas, o saber-fazer e a história desta produção.

Esta arte reúne características que a tornam única e distinta entre os vários bordados, como a utilização de matérias-primas nobres: a seda e o linho artesanal. Os seus desenhos apresentam uma simbologia própria, como a árvore da vida, os pássaros, os cravos, as rosas, os lírios, as romãs ou os corações. Os motivos que caracterizam o Bordado de Castelo Branco refletem-se noutras áreas, além dos têxteis. Os passeios da cidade apresentam exemplos originais na calçada portuguesa e existem prédios que ornamentam as suas fachadas com os símbolos do Bordado de Castelo Branco, tornando-o no ex-libris da capital da Beira Baixa.

De recordar que a importância e o peso cultural inquestionável do Bordado tornaram Castelo Branco Cidade Criativa da UNESCO, na categoria Artesanato e Artes Populares, em 2023.