Castelo Branco acolheu debate sobre o futuro das farmácias comunitárias

Castelo Branco acolheu debate sobre o futuro das farmácias comunitárias

A Associação Nacional das Farmácias assinalou o seu 50º aniversário com a quarta sessão do ciclo de conferências “Farmácia e comunidade: 50 anos de construção”, que decorreu no Museu Cargaleiro, em Castelo Branco.

Sob o tema “O desafio demográfico e o papel das farmácias comunitárias”, a conferência reuniu profissionais e especialistas do setor para discutir o papel que as farmácias desempenham em territórios afetados pelo envelhecimento da população, despovoamento e dificuldades no acesso à saúde.

Em nota, a organização conta que Maria João Guardado Moreira, docente no Politécnico de Castelo Branco, abordou este desafio, destacando a importância das farmácias comunitárias enquanto agentes de proximidade, coesão social e continuidade de cuidados, sobretudo em territórios onde a presença de serviços de saúde é escassa.

Em representação da Associação Nacional das Farmácias, Ana Tenreiro sublinhou o contributo da rede nacional de farmácias e a sua capacidade de adaptação às novas exigências, nomeadamente através da prestação de serviços como rastreios, vacinação em complementaridade com o SNS, testagem rápida, dispensa de medicamentos hospitalares e de profilaxia ao VIH, bem como a intervenção em situações clínicas ligeiras.

A responsável abordou ainda alguns dos desafios e proposta de medidas para reforçar a equidade e a coesão territorial, nomeadamente a atribuição de subsídios para farmácias em zonas de menor densidade populacional, incentivos à contratação e retenção de profissionais, revisão do regime jurídico de arrendamento e dos descontos ao público nos medicamentos sujeitos a receita médica, bem como a redução da carga fiscal municipal.

Outro dos destaques da sessão foi o Programa de Coesão Territorial das Farmácias, criado pela Associação Nacional das Farmácias para apoiar as farmácias localizadas em contextos particularmente desafiantes nomeadamente em zonas rurais e de baixa densidade populacional, que representam cerca de um terço da rede.

Maria da Luz Sequeira, presidente da Comissão Organizadora dos 50 Anos da Associação Nacional das Farmácias, lembrou no final que “no distrito de Castelo Branco seis farmácias já beneficiam deste apoio, reforçando o papel essencial que desempenham junto das populações mais isoladas”.