O peixe-gato-europeu ou siluro, espécie invasora introduzida ilegalmente nos lagos e albufeiras do sul da Europa e que representa uma ameaça à biodiversidade, foi o tema do workshop promovido pela equipa nacional coordenadora do projeto Life Predator e a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, em parceria com o Município de Vila Velha de Ródão. A iniciativa, que teve lugar no cais de Ródão, debateu a problemática e opções de controlo desta espécie e incluiu uma sessão prática.
Resultante de uma parceria entre Portugal, Itália e a República Checa, através do programa europeu LIFE, e da autarquia rodense, o projeto arrancou em setembro de 2022 e visa reduzir os impactos do peixe-gato-europeu na biodiversidade, contando com uma equipa de 11 investigadores dos três países, da qual fazem parte sete professores e investigadores de três unidades de investigação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, explica o município.
O workshop agora realizado é uma das muitas ações previstas neste projeto, que decorre até 2027, e teve como destinatários pescadores profissionais e lúdicos, entidades locais e regionais, que contou com a participação de cerca de 75 pessoas de diferentes regiões de Portugal.
Dividido em dois momentos, o programa foi dedicado à apresentação do projeto Life Predator e das ações previstas para os próximos anos, seguido de uma sessão prática, que contemplou demonstrações de diversas formas de pesca; o reconhecimento de espécies piscícolas do rio Tejo capturadas em redes e a apresentação de artes de pesca para controlo desta espécie.
Filipe Ribeiro, investigador do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, salientou que “a forte adesão ao workshop por diferentes grupos da nossa sociedade (…) mostra a enorme necessidade em adquirir conhecimento sobre as espécies invasoras e gerir esta problemática nos ecossistemas aquáticos. Sendo o peixe-gato-europeu a invasora mais emblemática e preocupante, devido ao enorme tamanho que pode atingir (2,8 metros e 120kg), mas também à ausência de inimigos naturais. Se nada for feito, esta espécie irá dominar os nossos rios”.
Já Luís Pereira, presidente do Município de Vila Velha de Ródão, destacou este projeto científico e de investigação que “representa uma mais-valia para o nosso território, já que vem consciencializar a população para o problema das espécies invasoras e para a importância do equilíbrio ambiental, contribuindo assim para a redução do impacto negativo daquela espécie no rio e para uma melhor gestão ambiental”.
O Município de Vila Velha de Ródão é cofinanciadora de um apoio de 25 mil euros à Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, distribuídos ao longo dos cinco anos do projeto.
Fotografia Centro de Ciências do Mar e do Ambiente da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa