A segunda reunião pública descentralizada do executivo da Câmara de Vila Velha de Ródão teve lugar na antiga Escola Primária e atual sede da Junta de Freguesia de Perais, espaço que se encheu de populares para receber os eleitos e expor-lhes as suas preocupações.
A autarquia refere em nota que, de entre as questões levantadas durante o período de intervenção dos munícipes, destacaram-se, por exemplo, a preocupação com a existência de colónias de gatos errantes em Monte Fidalgo; a identificação de irregularidades na calçada da Rua da Cegonha, em Perais, e de buracos no caminho do Salgueiral; ou a sugestão de criar um espaço de coworking na aldeia, num edifício fechado da Santa Casa da Misericórdia, para acolher os nómadas digitais que procuram a freguesia para trabalhar.
Sobre a questão das colónias de gatos, o presidente da Câmara de Vila Velha de Ródão informou que a autarquia encontra-se a promover uma campanha de esterilização de animais errantes e apelou aos munícipes para que, sempre que tenham conhecimento da existência de colónias destes animais, as identifiquem através do envio de comunicação escrita, via e-mail ou na aplicação Ródão Participa, para o Município.
A mesma aplicação deve ser utilizada pelos munícipes para dar conhecimento à autarquia sobre problemas relacionados com as calçadas, os caminhos do concelho ou outros assuntos, explicou Luís Pereira. No que respeita à criação de um espaço de coworking no edifício da Santa Casa da Misericórdia, em Perais, o autarca lembrou que se trata de um edifício privado, assegurando, no entanto, que a autarquia “não deixará de ser resposta à viabilização de uma infraestrutura que contribua para o desenvolvimento da freguesia e para a sustentabilidade da instituição”.
Quanto à ordem de trabalhos da reunião do executivo, foram aprovadas por unanimidade a abertura de uma candidatura para alienação do lote nº 5 do loteamento da Zona Industrial de Fratel, que será analisada pelo respetivo júri; a abertura do processo de cessão para exploração do Bar da Zona de Lazer da Foz do Cobrão e da Piscina de Fratel ou a desafetação de uma área do domínio público municipal para o novo edifício de apoio às Festas do Alvaiade, no Largo da Senhora da Piedade.
Foram ainda aprovados nesta reunião, com a abstenção do vereador da coligação Novo Rumo, os documentos de Prestação de Contas e o Relatório de Gestão de 2023, assim como o Inventário do Património Municipal.
Sobre a Prestação de Contas de 2023, o presidente da Câmara Municipal avançou que, comparativamente a 2022, o Município registou um acréscimo da receita de 5,77% e um aumento da despesa de 12,40%. “Em 2023, registámos 8.410.961 € em receita corrente; enquanto a receita de capital representou um valor de 1.368.831 € e as outras receitas foram de 2.000.840 €, ou seja, mais do dobro das receitas de capital. Isto é relevante porque significa que, ao longo dos últimos anos, a Câmara tem acumulado saldo e tem conseguido fazer o seu trabalho com rigor e sem comprometer os seus orçamentos, conseguindo, em 2023, ter mais receitas de saldo de gerência de anos anteriores do que aquilo que são as suas receitas de capital, o que é de registar”, esclareceu.
Luís Pereira sublinhou ainda que, em 2023, a execução da receita corrente da autarquia se situou nos 106%, enquanto a execução da receita de capital foi de 87,7%, um valor que ficou aquém das expetativas devido ao atraso na disponibilização dos fundos comunitários do Portugal 2030. “Relativamente à despesa corrente, tivemos uma execução de 92,96%, enquanto a execução da despesa de capital foi de 86,2%, o que é excelente e está de acordo com o que tem sido a execução da Câmara em anos anteriores”, esclareceu, acrescentando que, nos últimos anos, as contas do Município se têm caracterizado pelo rigor e equilíbrio orçamental e pela manutenção dos indicadores de eficiência e produtividade.