A conferência “Ondas de Calor e a Resiliência das Cidades” promoveu a discussão da monitorização das ilhas de calor urbano, o seu impacto na saúde pública e as estratégias de adaptação dos centros urbanos a fenómenos de calor extremo, bem como as boas práticas a adotar nas cidades, o planeamento da estrutura verde urbana, o urbanismo regenerativo e a adaptação à escassez hídrica. O evento teve lugar no auditório do Centro de Empresas Inovadoras, em Castelo Branco.
A autarquia dá conta que o presidente da Câmara Municipal discursou na sessão de abertura, tendo destacado a recente aprovação do Plano Municipal de Ação Climática, que foi elogiado por especialistas e que pretende ajudar a fazer face à “região particularmente agreste” onde vivemos, onde “o verão é sempre muito quente e o inverno geralmente não é muito simpático”. Leopoldo Rodrigues falou da plantação de árvores que o Município tem feito, nomeadamente na Avenida do Empresário, da criação de espaços verdes, como o Parque Urbano da Cruz do Montalvão, que visa ser uma ilha fresca no centro da cidade, e a colocação de algumas árvores em áreas que eram apenas de calçada.
O autarca também mencionou que as pessoas idosas são das que mais sofrem com as temperaturas, sobretudo devido à pobreza energética das construções antigas, que afeta o conforto térmico. Leopoldo Rodrigues referiu que as escolas também estão envolvidas nas questões de adaptação às Alterações Climáticas, assim como a sociedade em geral, para que “todos, em conjunto, consigamos um planeta mais saudável, através da máxima ‘agir local para fazer a diferença a nível global’”.
Já o presidente da Adapt.Local – Rede de Municípios para a Adaptação Local às Alterações Climáticas e também Presidente da Câmara de Loulé, frisou que “o combate às alterações climáticas é muito mais difícil no território do Interior”, devido às temperaturas mais elevadas, à seca prolongada, aos incêndios sem controlo e aos solos empobrecidos. Vítor Aleixo informou que há “imensos estudos no concelho de Loulé feitos em parceria com universidades e empresas”, ressalvando que “só a vontade não chega, é preciso conhecimento” e os jovens estudantes são fundamentais para a atualização da informação e dos processos, defendendo a importância de se investir em recursos humanos.
Através da alocação de muitos técnicos, “somos laboratórios vivos nos nossos territórios”, que procuram “respostas urgentes e adaptações para fenómenos climáticos extremos, com consequências dramáticas”.
Por sua vez, Sérgio Barroso, especialista em planeamento urbano e adaptação às alterações climáticas, do Centro de Estudos e Desenvolvimento Regional e Urbano, fez uma apresentação sobre a adaptação das cidades a fenómenos de calor extremo, onde partilhou visões estratégicas para reforçar a resiliência urbana, com base em experiências nacionais e internacionais.