Em Castelo Branco, uma mulher de 60 anos partilhava casa com cães, gatos, galinhas e uma ovelha, num total de 40 animais, além do lixo que acumulou durante vários anos.
Segundo avançado no jornal Reconquista, esta situação entrou agora em processo de resolução, porque a mulher teve um episódio de saúde que a levou ao hospital, apresentando-se em estado debilitado e alguns ferimentos. O estado a que a senhora chegou ao Hospital de Castelo Branco fez os profissionais de saúde ficar em alerta, que “avisaram a assistência social da Unidade Local de Saúde de Castelo Branco, que de pronto diligenciou junto das entidades competentes”.
A presidente da Cáritas de Castelo Branco e também pela área social do Município de Castelo Branco, Fátima Santos, admitiu ao semanário que tinha conhecido deste caso, explicando que “até verificarmos que tinha rendimentos, só não sabia geri-los, gastando o dinheiro em coisas supérfluas, mas também comida para os animais, o que a levava a não ter comida para ela e, por isso, pedia”.
Este caso foi conhecido esta 4ªfeira, 5 de junho, por Filipe Martins, filho da senhoria, Rosa Martins.
Ao Reconquista, esclareceu que vive em França e que quem tratava destes assunto era o seu pai, mas que passou a ser o próprio Filipe a resolver essas questões, após a sua morte.
Filipe disse que pretende reaver as rendas em atraso, “que já são muitas”, acrescentando as despesas para recuperar a casa, uma vez que diz estar “completamente destruída”.
No entanto, o senhorio diz que a inquilina pediu, em Tribunal, “algumas mobílias que são delas (apesar do estado em que se encontram) e só podemos avançar depois dela as tirar, ou alguém por ela e que as guarde”.
Após a entrada no serviço de Urgência do Hospital Amato Lusitano, o jornal refere que os serviços sociais informaram o Ministério Público, que solicitou à PSP que acompanhasse os técnicos do Serviço de Atendimento e Acompanhamento Social da autarquia albicastrense à casa desta idosa. Os Serviços Municipalizados procederam à retirada do lixo, deixando apenas o que o Tribunal considera serem “pertences da inquilina”.
O Reconquista acrescenta que, a par deste processo das rendas em atraso, o advogado de Rosa Martins, que pretende decidir na justiça, vai avançar com outro processo judicial, para que seja ressarcida dos prejuízos causados na habitação. O processo judicial de cobrança de rendas é também confirmado pelo advogado da outra parte, que espera a “justiça decidir”.
De acrescentar que Fátima Santos revelou ainda que a mulher de 60 anos, depois de ter alta hospitalar, foi conduzida a uma unidade de cuidados continuados, indo, provavelmente, depois para uma instituição, por não ter condições para morar sozinha.
Ricardo Pires Coelho