Mestre Cargaleiro pinta obra sobre os 50 anos do 25 de abril

Mestre Cargaleiro pinta obra sobre os 50 anos do 25 de abril

O mestre Manuel Cargaleiro pintou uma tela alusiva aos 50 anos do 25 de Abril, que ofereceu ao Município de Vila Velha de Ródão. Oferta que aconteceu no seu ateliê, na presença do autarca rodanense e de um grupo de convidados para assistir ao momento. A “Festa da Gratidão” foi o título escolhido pelo autor e pelo autarca, uma expressão que evoca os sentimentos que a Revolução dos Cravos desperta no pintor que completou 97 anos no passado mês de março.

A autarquia conta que o desafio para pintar a tela, onde a alegria do vermelho dos cravos contrasta com a esperança do verde que os enquadra, foi lançado pelo presidente do Município de Vila Velha de Ródão, Luís Pereira, com o objetivo de celebrar o cinquentenário da revolução que devolveu a liberdade a Portugal.

Escolhido pelo mestre Cargaleiro e pelo autarca, o título da obra tem um duplo significado. O pintor e ceramista explicou que “Festa porque, para mim, o 25 de abril tem de ser celebrado como uma festa e gratidão porque temos que estar gratos ao que os militares fizeram por nós”, recordando a repressão e os tempos da censura e a “profunda alegria” com que, em Paris, onde vivia, recebeu a notícia da “libertação” do país graças ao 25 de Abril.

“Gratidão” é também o sentimento que domina Luís Pereira quando se refere ao mestre Cargaleiro, a quem elogia “a humildade, a simplicidade e a generosidade para com a sua terra natal”.

O autarca revelou que o quadro vai ficar no Salão Nobre da Câmara Municipal e será uma obra emblemática para Vila Velha de Ródão, referindo que “temos o privilégio de ter uma obra do mestre Cargaleiro, que festeja o 25 de abril e homenageia todos os que tornaram possível a instalação da liberdade e da democracia em Portugal”.

Natural da aldeia de Chão das Servas, no concelho de Vila Velha de Ródão, onde nasceu em 1927, foi ainda bebé que Manuel Cargaleiro foi viver para Almada, onde ainda hoje mantém o seu ateliê, na antiga quinta que era dos seus pais. Apesar disso, a ligação à terra natal nunca se perdeu e é com orgulho e saudosismo que recorda as suas raízes beirãs.