O Município de Idanha-a-Nova emitiu um parecer formalmente desfavorável à implementação da Central Solar Fotovoltaica de Sophia e respetivas Linhas de Muito Alta Tensão, na sequência da análise técnica realizada no âmbito do processo de Avaliação de Impacte Ambiental realizado pela Agência Portuguesa do Ambiente.
Em comunicado é explicado que este parecer surge, entre muitas outras iniciativas, depois de, a 8 de novembro, o Município de Idanha-a-Nova, que foi o primeiro município a pronunciar-se sobre a matéria, apresentar uma posição pública relativamente à eventual instalação de centrais solares fotovoltaicas. Nessa data, a Câmara Municipal reafirmou o compromisso com a transparência, o diálogo e a participação de todas as partes interessadas nos projetos que visam o desenvolvimento sustentável do concelho.
Todavia, a autarquia esclarece que considerou essencial que estes projetos sejam implementados de forma equilibrada, respeitando o ordenamento do território, o ambiente e a qualidade de vida das populações. Por esse motivo, o Município deixou nota pública que não se revia na instalação de mega centrais fotovoltaicas, por não querer abdicar da identidade do concelho nem comprometer o património que o caracteriza.
Posteriormente, a 12 de novembro, o Executivo da Câmara de Idanha-a-Nova reuniu-se, a seu pedido, com a empresa promotora da Central Fotovoltaica Sophia. A reunião teve como objetivo envolver todo o executivo municipal, incluindo os vereadores da oposição, e as juntas de freguesia na discussão deste projeto.
No mesmo dia, e também por iniciativa da Câmara Municipal, a empresa promotora reuniu-se ainda com as Juntas de Freguesia de Medelim, Aldeia de Santa Margarida e Proença-a-Velha, no âmbito do processo de informação e auscultação das populações e autarquias locais.
A decisão do parecer desfavorável fundamenta-se na incompatibilidade do projeto com os valores ambientais, culturais, paisagísticos e socioeconómicos que caracterizam o concelho e que sustentam o seu modelo de desenvolvimento.
O Município idanhense sublinha que apoia a transição energética, mas reafirma que esta deve ser realizada “com rigor, equilíbrio e respeito pelos territórios e comunidades, privilegiando áreas já artificializadas ou de menor sensibilidade ambiental, conforme recomendado por entidades científicas e pelos princípios europeus de ordenamento e proteção da paisagem”.
Assim, o Município de Idanha-a-Nova reafirma a sua posição: “o projeto, nos moldes apresentados, não serve o interesse público nem garante a salvaguarda do património natural e cultural que constitui um ativo estratégico do concelho” e reafirma que “Idanha-a-Nova continuará a defender intransigentemente o seu território, a sua identidade e o bem-estar das suas populações”.