Evento debateu sobre o futuro da habitação no Interior

Evento debateu sobre o futuro da habitação no Interior

O Observatório “Que futuro para a habitação no Interior” promoveu o debate, a reflexão e a troca de ideias entre os principais agentes do setor público e privado, das áreas financeira e imobiliária, lançando pistas concretas para políticas que promovam mais equidade territorial e melhores condições de vida nas regiões do Interior.

O evento decorreu no Cine-Teatro Avenida, em Castelo Branco, com a presença da secretária de Estado da Habitação e de várias entidades nacionais com responsabilidade direta no planeamento e desenvolvimento territorial, promovida pela CENTURY 21 Diamond e CENTURY 21 Portugal, com o apoio do Município de Castelo Branco.

Na sessão de abertura, a autarquia refere que a secretária de Estado da Habitação afirmou que “a vida no Interior do país é mais tranquila, com mais qualidade e segurança” do que nas regiões do Litoral. Porém, Patrícia Gonçalves Costa disse que os territórios do Interior suscitam “desafios mais complexos”, com uma dimensão que revela maior preocupação. Perante uma crise grave, intra e intergeracional de dificuldade no acesso à habitação, “a habitação pública pode dar um reforço naquilo que são as casas disponíveis”, acrescentou a governante.

De acordo com os dados anunciados pela secretária de Estado da Habitação, no âmbito do PRR, no distrito de Castelo Branco, “foram executados 54 projetos que equivalem a 253 fogos e um volume de investimento total de 19 milhões de euros”. Relativamente à habitação acessível, no distrito registou-se um investimento de mais de 24 milhões de euros. O concelho de Castelo Branco representou 78% do investimento, materializando-se em 12 projetos e 159 fogos. Em relação à Bolsa Nacional de Alojamento Temporário, que visa dar resposta às pessoas que carecem de soluções de alojamento de emergência (por exemplo, vítimas de violência doméstica ou deslocados), o distrito albicastrense contou com um investimento de 229 milhões de euros para 28 projetos, que resultaram em 390 unidades de alojamento, tendo o concelho do Fundão liderado este investimento.

Para Patrícia Gonçalves Costa, a falta de emprego e os salários baixos dificultam a capacidade de aceder a uma habitação e levam a que muitas pessoas abandonem o Interior. Neste sentido, “os Municípios podem e devem tornar as cidades mais inclusivas e os territórios mais competentes”, através de parcerias e programas que facilitem o acesso à habitação.

Sobre o Observatório, a secretária de Estado da Habitação considera que “estes debates e momentos de partilha de conhecimento são importantes para que todos estejamos mais preparados para, de forma coletiva, respondermos a este desafio”.

Neste evento, também o presidente da Câmara de Castelo Branco tomou da palavra, onde frisou que “nos últimos anos, temos assistido a uma alteração muito significativa do tecido social” e “temos procurado dar melhores condições, não só ao nível da habitação, como também da mobilidade e das infraestruturas de saneamento e águas”.

Sobre a criação de condições para as pessoas se fixarem, Leopoldo Rodrigues disse que “dos projetos previstos para 149 fogos, está em construção o primeiro lote com 15 habitações” e “estamos a criar emprego para as famílias se manterem cá”, através da atração de novas empresas.

Nos últimos anos, têm-se fixado em Castelo Branco muitos estrangeiros, provenientes sobretudo do Brasil, da Ásia e da Europa Central, refletindo-se em mais 500 novos alunos no ano letivo de 2023/24, maioritariamente estrangeiros.