O crescimento urbano acelerado de Castelo Branco, aliado à crescente impermeabilização dos solos e às alterações climáticas, com destaque para o aumento da frequência de fenómenos meteorológicos extremos, como chuvas intensas e repentinas, tem contribuído, nos últimos anos, para um risco crescente de inundações na cidade e nas freguesias do concelho.
A autarquia refere que as inundações registadas em setembro de 2021 marcaram um ponto de viragem na abordagem da Câmara Municipal face a este problema. Em 2022, a autarquia avançou com a implementação de um conjunto de medidas estruturadas, com o objetivo de mitigar os impactos destes fenómenos. Esta resposta assentou numa ação coordenada entre o Serviço Municipal de Proteção Civil e os Serviços Municipalizados de Castelo Branco, estruturando-se em torno de dois pilares fundamentais: o planeamento e a intervenção precoce.
No âmbito do planeamento, o Serviço Municipal de Proteção Civil passou a emitir Comunicados Técnico-Operacionais Municipais, com orientações dirigidas aos Agentes de Proteção Civil, às Juntas de Freguesia e aos serviços municipais. Estes comunicados são elaborados com base nas previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera e visam garantir a preparação adequada de todo o território do concelho perante a possibilidade de chuvas intensas.
Com base nestes alertas, os Serviços Municipalizados de Castelo Branco atuam no terreno, através das suas equipas operacionais, antes da ocorrência da precipitação, recorrendo aos Dispositivos de Prevenção de Inundações, solução concebida e produzida internamente por estes Serviços. A autarquia explica que estes dispositivos permitem, de forma segura e eficaz, levantar temporariamente as grelhas dos sumidouros, garantindo que o escoamento das águas pluviais decorre sem obstruções causadas por lixo, folhas ou outros resíduos.
Esta intervenção proactiva tem contribuído para uma redução significativa das ocorrências de inundações, tornando o território mais resiliente e menos vulnerável, com benefícios claros para a população e para o património local.
Além da intervenção técnica, esta estratégia tem também uma vertente importante de sensibilização da população. A implementação dos Dispositivos de Prevenção de Inundações está alinhada com a Estratégia Nacional para uma Proteção Civil Preventiva 2030 e com as prioridades do Quadro de Sendai para a Redução do Risco de Catástrofes, promovendo uma cultura de prevenção que envolve toda a comunidade.
A autarquia de Castelo Branco considera que esta aposta em soluções eficazes, sustentáveis e com baixo investimento financeiro revela-se, assim, “um modelo exemplar de gestão preventiva local, orientado pelos princípios da prevenção, precaução, coordenação, cooperação e informação”.