Azeite, um motor de um território em todas as suas valências

O azeite foi o mote da VI edição do Biodivsummit, uma iniciativa do Município de Proença-a-Nova, em parceira com o Centro Ciência Viva da Floresta, que assinala todos os anos o dia internacional da biodiversidade.

O azeite, muitas vezes referido como “ouro líquido”, desempenha um papel central em diversos aspetos da vida e economia de muitos territórios, especialmente numa região como o concelho proencense. Desde a sua rica história até à produção moderna, extração, comercialização, e os seus benefícios para o turismo, alimentação e medicina, o azeite é um produto versátil e vital.

A autarquia de Proença-a-Nova dá conta que, no primeiro painel, dedicado à cultura estratégica do olival, onde o autarca local João Lobo, enfatizou a importância das Áreas Integradas de Gestão da Paisagem como “uma estratégia crucial para gerar valor e que tem de ser um desígnio de todos”, em linha com a intervenção de Gonçalo Alves, da Gkapital, que em parceria com a Pinhal Natural tem levado a cabo esta missão no território. Outro tema abordado neste primeiro painel foi a questão da comercialização do produto. O mercado do azeite é vasto e diversificado, com grandes produtores como Espanha, Itália, Grécia e Portugal dominando a cena global. Estes países não só exportam azeite em grande escala, mas também investem na certificação de qualidade e denominação de origem, garantindo que os consumidores obtenham produtos autênticos e de alta qualidade. João Paulo Catarino, ex-secretário de Estado da Conservação da Natureza e Ordenamento do Território e moderador deste painel, destacou a qualidade do azeite que se produz na região e que “o passo que falta é conseguir colocá-lo no mercado destes pequenos produtores. Somos capazes de produzir um produto de excelência, mas depois não somos capazes de o vender. Mais o que ajudar na produção, é também importante apoiar os produtores a vender”.

O azeite na alimentação foi o tema do segundo painel, onde foi destacado a sua importância e os seus benefícios, que é considerada uma das mais saudáveis do mundo.

Além da alimentação e na saúde, o azeite também impulsiona o turismo em muitas regiões, com a criação de rotas do azeite, visitas a lagares históricos e degustações guiadas e, neste caso, Rita Silva, da Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa, apresentou a Rota do Azeite já implementada. Assim, pode se verificar que o azeite é muito mais do que um simples produto agrícola; é um verdadeiro motor de desenvolvimento territorial, cultural e económico. Celebrar o azeite é, portanto, reconhecer a riqueza e diversidade que ele traz para as comunidades, concluiu Francisco Teixeira Pinto Dias, professor e investigador na Escola Superior de Turismo e Tecnologia e do Mar.