A Albufeira do PEPA – Parque Empresarial de Proença-a-Nova – está a ser alvo de um projeto de requalificação no valor de 100 mil euros, financiado a 100% pelo Fundo Ambiental. Em causa está o controlo e erradicação de espécies exóticas e invasoras, nomeadamente a perca-europeia (Perca fluviatilis) e a substituição das infraestruturas hidráulicas.
Com o objetivo de impulsionar a economia local e o turismo sustentável, a Câmara Municipal de Proença-a-Nova, diz que, em parceria e com o apoio técnico da Universidade de Évora e da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, e do Laboratório Associado Rede de Investigação Aquática, assim como da Agência Portuguesa do Ambiente, quer levar a cabo este projeto pioneiro que pretende valorizar e promover a albufeira do PEPA para a pesca desportiva.
A albufeira do PEPA, também designada por Barragem de Vale Longo, foi construída em 1982 no Parque Empresarial de Proença-a-Nova, com o intuito de fornecer água para o complexo industrial da região. Atualmente, apresenta-se como um recurso natural com enorme potencial para a pesca recreativa, com base nas características que apresenta e nas espécies piscícolas que nela habitam, como o achigã e a carpa. Este projeto inovador visa conciliar os interesses dos pescadores com a conservação da natureza e o aproveitamento cultural e económico destas barragens, destacando-se pela sua abordagem equilibrada e sustentável.
Um dos objetivos desta iniciativa é reduzir o impacto da espécie invasora perca-europeia, que tem vindo a prejudicar a biodiversidade local, através da competição e predação das espécies cobiçadas pelos pescadores. Para alcançar esse objetivo, está a decorrer o esvaziamento controlado da albufeira para remoção de todos os exemplares desta espécie, evitando a disseminação destes indivíduos para as ribeiras e albufeiras adjacentes. Prevê-se terminar o esvaziamento da albufeira durante o mês de janeiro de 2025. Durante este processo, as outras espécies com interesse para a pesca recreativa, como o achigã, a carpa e o barbo-comum, serão previamente retiradas do local e preservadas em ambiente controlado, de modo a serem reintroduzidas durante o enchimento da albufeira.
Este projeto, financiado pelo Fundo Ambiental, pretende não só valorizar a albufeira e a região de Proença-a-Nova, mas também demonstrar como a ciência pode trabalhar em prol dos interesses locais, criando soluções sustentáveis que beneficiem tanto os pescadores como o meio ambiente. Ao unir a investigação ao desenvolvimento económico, espera-se que esta iniciativa se torne um exemplo para futuras ações do mesmo género em outras albufeiras do país, termina a autarquia proencense.