António Salgueiro, antigo diretor do Agrupamento de Escolas José Silvestre Ribeiro, em Idanha-a-Nova, apresentou o livro “Diretor de Turma: Figura central no contexto de autonomia e flexibilidade curricular – Da periferia da organização pedagógica à gestão curricular, um longo e lento trajeto”, que decorreu no Centro Cultural Raiano.
Em nota, a autarquia idanhense dá conta que o autor faz uma abordagem aos papéis que o diretor de turma foi desempenhando ao longo dos tempos permitindo perceber como eles foram evoluindo – em função dos contextos, social e político, que determinaram as orientações da política educativa marcantes em cada época – de uma forma muito lenta e nem sempre condizente com as exigências impostas pela evolução do sistema educativo.
António Salgueiro lançou o repto sobre que escola se quer para o futuro. Neste sentido, adotando como princípio básico a ideia de que Escola é uma construção coletiva, autor afirmou sentir o livro como um convite à reflexão sobre que escola que se quer para o século XXI, que é já hoje, e para a qual ninguém está dispensado: professores, alunos, pais, sociedade em geral, nem mesmo aqueles que têm o poder de decisão sobre as políticas educativas no nosso país.
Assim, a obra transporta-nos para a necessidade de mudar o paradigma educacional: políticas de formação de professores capazes de gerar um outro perfil profissional; uma outra cultura escolar; a necessidade de a escola se constituir como comunidade de aprendizagem, gerando uma aprendizagem permanente para a atualização; e também a reorganização do horário semanal de trabalho dos professores prevendo tempos efetivos para a reflexão conjunta, o trabalho coletivo e a partilha. Nesta mudança de paradigma, alerta para a necessidade e a urgência da dignificação do estatuto profissional dos docentes.