Manifesto contra a instalação de Parques solares entregue ao novo executivo idanhense

Manifesto contra a instalação de Parques solares entregue ao novo executivo idanhense

A Plataforma de defesa do Parque Natural entregou um manifesto contra a instalação de dois mega projetos solares da empresa BP, nomeadamente o Parque SOPHIA e o Parque da Beira, ao novo executivo de Idanha-a-Nova.

Como é referido em comunicado, esta plataforma contra o Parque Solar da Beira é uma plataforma cívica de defesa do parque natural constituída por cidadãos, entidades e associações nacionais e estrangeiras constituída para travar este mega projeto. A plataforma recorda que, recentemente, apelou à participação na consulta pública, que contou com centenas de reclamações. A plataforma frisa que vai recorrer a todos os meios incluídos os legais com queixas nos tribunais e na comissão europeia.

No documento enviado à nossa redação, é avançado que o Parque da Beira irá ameaçar mais de 140 espécies de aves, algumas com as maiores populações de Portugal no Tejo Internacional, como é o caso do Abutre preto, e exclusivas como o caso do Cortiçol de Barriga Branca. Estas espécies levaram a classificação da zona de proteção especial para aves da Rede natura 2000, em 1999, e como parque Natural, no ano 2000. Mais tarde, em 2023, esteve em consulta pública o alargamento da Zona de Proteção Especial, “processo esse que ainda não foi concluído, e que agora se vê ameaçado por este projeto”.

A área de estudo da central fotovoltaica sobrepõe-se com uma área muito crítica para aves estepárias e com uma área crítica para aves de rapina. Por sua vez, os corredores da linha elétrica sobrepõem-se com uma área crítica para aves de rapina e com outra muito crítica para outras aves (vale do rio Pônsul). Especificamente o corredor alternativo A sobrepõe-se ainda com uma área muito crítica para aves estepárias; com áreas crítica e muito crítica para outras aves, correspondente ao vale e envolvente do rio Tripeiro; bem como com uma área muito crítica para outras aves, correspondente ao vale do rio Ocreza.

A Central Fotovoltaica, nomeadamente os setores mais a sul, coincidentes com os concelhos de Idanha-a-Nova e de Penamacor, sobrepõe-se ao Geopark Naturtejo Mundial da UNESCO e violam o Plano Diretor Municipal de Idanha a Nova e à Paisagem Protegida Regional da Serra da Gardunha. O Parque SOPHIA irá afetar uma área gigante de 190 mil há, com os corredores de 44km das linhas e a áreas com os painéis. O projeto abrange 1.026,93ha de corredores ecológicos (nomeadamente de povoamentos de sobreiros e/ou azinheiras) e insere-se em áreas Florestais Sensíveis segundo o Programa Regional de Ordenamento Florestal e Plano Diretor Municipal.

A Plataforma de defesa do Parque Natural realça que o Plano Diretor Municipal de Idanha-a-Nova permite a instalação ́ de infraestruturas e edifícios conexos destinadas ao aproveitamento de energias renováveis, desde que a Câmara Municipal reconheça que tal não acarreta prejuízos inaceitáveis para o ordenamento e desenvolvimento local, após ponderação dos seus eventuais efeitos negativos nos usos dominantes e na qualidade ambiental, paisagística e funcional das ·áreas afetadas.