Plataforma de Defesa do Parque Natural do Tejo Internacional alerta para os impactos ambientais do Projeto da Central Solar da Beira

Plataforma de defesa do Parque Natural do Tejo Internacional alerta para os impactos ambientais do Projeto da Central Solar da Beira

A Plataforma de Defesa do Parque Natural do Tejo Internacional manifesta a sua posição contra a instalação do projeto da Central Solar da Beira.

A plataforma, constituída por cidadãos, entidades e associações nacionais e estrangeiras, tem apelado a participação na consulta pública que termina esta 5ªfeira, 9 de outubro, contando com centenas de reclamações. A plataforma adianta que vai recorrer a todos os meios, incluídos os legais, com queixas nos tribunais e na comissão europeia.

Em nota é referido que este projeto é “a maior ameaça ao Parque natural do Tejo Internacional, Zona de proteção especial para as Aves e Geoparque Naturtejo, assim como às espécies ameaçadas que justificaram a criação deste parque”.

A plataforma conta que estão ameaçadas mais de 140 espécies de aves, algumas com as maiores populações de Portugal no Tejo Internacional, como é o caso do Abutre preto, e exclusivas, como o caso do Cortiçol de Barriga Branca.

O projeto prevê a instalação de 425.600 módulos, “que vão destruir 464 sobreiros e azinheiras sobreiros apenas na área de implementação da central sem contabilizar os milhares de árvores e arbustos dos 33km de corredor da linha elétrica”.

A Plataforma de Defesa do Parque Natural do Tejo Internacional diz ainda que “serão sete os habitats prioritários de conservação destruídos com este projeto”. Estes habitats da diretiva comunitária habitats, a qual Portugal está obrigado a proteger, e que foram transpostos para o diretivo português por Decreto-Lei. “Cerca de 8% da área da central está ocupada por habitats de interesse comunitário”, conta a plataforma.

O movimento cívico frisa que a área de estudo da central fotovoltaica sobrepõe-se com uma área muito crítica para aves estepárias e com uma área crítica para aves de rapina. Por sua vez, os corredores da linha elétrica sobrepõem-se com uma área crítica para aves de rapina e com outra muito crítica para outras aves (vale do rio Pônsul).

A linha aérea de alta tensão prevista no projeto, a 220kV, com cerca de 33km, “vai provocar a morte de mais de 7 mil aves selvagens por ano, em alguns estudos mais conservadores, mas que podem ser mais, devido os nevoeiros constantes no vale do Rio Ponsul”.

A plataforma acrescenta ainda que projeto vai afetar 428he de REN – Reserva Ecológica Nacional. Em Castelo Branco “poderão ser destruídos 30723ha de REN e em Idanha-a-Nova poderão ser destruídos 55ha de REN”.